Deveres com respeito à natureza enquanto deveres indiretos para os seres humanos em Kant
Abstract
Uma das muitas críticas que se faz à moral kantiana é o fato de se referir e se destinar exclusivamente aos seres humanos e não à natureza como um todo, o fato de ter excluído os demais seres do âmbito das relações morais, ou por ser uma moral antropocêntrica. Disso poderia se depreender como consequência que os seres humanos poderiam ser eximidos da responsabilidade por suas ações em relação à natureza e ao universo. Porém, no século XVIII, a época de Kant, a questão ambiental não era uma preocupação e nem um problema filosófico propriamente, diferentemente dos dias atuais nos quais há risco iminente de destruição do planeta, em decorrência da ação humana. Em vista disso, nossas ações em relação à natureza têm de ser problematizadas na Filosofia Moral. Como então tentar conciliar a moral antropocêntrica kantiana e a necessidade atual de incluir a natureza como um modo em nosso âmbito das relações morais? Terá ele algo a dizer a esse respeito? É o intento deste texto esboçar uma possível conexão entre a Filosofia Moral Kantiana e o meio ambiente. Para tanto, analisar-se-á algumas passagens em que Kant se refere aos seres irracionais e à natureza em geral, ou aos deveres para com a natureza e deveres com respeito à natureza, por suas palavras, na obra Doutrina da virtude.Downloads
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