Argumentos filosóficos a favor da pesquisa biotecnológica
Abstract
Argumenta-se, neste artigo, que o estudo do corpo biológico humano é basicamente uma questão técnica, na medida em que se o concebe ao estilo de uma res extensa, a partir da ideia de que ele é uma estrutura biológico-fisiológica. Enquanto tal, tendo-se presente que o fim da práxis científica consiste na restauração da saúde ao corpo doente, a pesquisa biotecnológica, calcada na investigação e na modificação da estrutura genética humana, tem uma especificidade e um campo de atuação próprios, que a rigor não se confundem necessariamente com dilemas morais e, por isso, apontam para a premência de separar-se, no que diz respeito a tal objeto de atuação da biotecnologia e à ação desta em relação a ele, impedimentos morais, de um lado, e atividades técnicas, de outro. O que se quer não é negar a aproximação entre os dois âmbitos (técnica e moral) e nem inviabilizar uma reflexão moral sobre os métodos e os resultados da ciência, mas sim permitir que a investigação ética incida sobre os resultados da ciência, e não a priori (no sentido de travar essa mesma ciência) exatamente por não perceber que há diferença entre questões técnicas (tratadas pela ciência) e questões morais (tratadas pela filosofia e afins). Com isso, a biotecnologia, que já não poderia ser confundida pura e simplesmente com a eugenia e com a biopolítica, e que é o novo estágio da medicina moderna, passa a ganhar um lugar fundamental no que tange à busca pela resolução de doenças que até hoje ainda não têm cura.Downloads
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