A Economia e o Social: da Tensão à Reforma Política das Sociedades Contemporâneas
Abstract
Este artigo procura interpretar a crise socioeconômica hodierna como reascendendo a discussão em torno ao tipo de relação a ser estabelecida entre o social, o político e o econômico, que demarcou os conflitos entre liberalismo clássico e socialismo acerca da compreensão dos fundamentos das sociedades modernas e da práxis sociopolítica instaurada por elas. Nesse sentido, tal crise socioeconômica colocaria novamente, na ordem do dia, a pergunta pelo fenômeno da modernização, em seus vieses social, político, cultural e econômico, bem como pela sua dependência recíproca, adquirindo, a partir das três últimas décadas do século XX, nos embates teórico-políticos entre social-democracia e neoliberalismo acerca do sentido do Estado de bem-estar social e dos direitos sociais de cidadania, seu grande mote e centro dinamizador: no caso da social-democracia, estava em jogo a afirmação do caráter normativo do social, da função diretiva do político no que tange à evolução da sociedade e da vinculação social da economia; no caso do neoliberalismo, buscava-se retomar uma compreensão de esfera econômica enquanto caracterizada por uma lógica autorreferencial, não-política e não-normativa, que apontaria para um modelo de Estado mínimo. A tese que se procurará defender consiste em que a tensão sociopolítica pela qual passam nossas sociedades somente pode ser resolvida no momento em que se enfatiza tanto o Estado de bem-estar social quanto o modelo representado pelos direitos sociais de cidadania, ou seja, quando se instaura uma profunda ligação entre o social, percebido enquanto horizonte normativo, o político, que se torna o centro diretivo da evolução social, e o econômico, enquadrado pelas necessidades normativas advenientes do social e, por causa disso, passando a estar socialmente vinculado.Downloads
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