Revista Opinião Filosófica
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Fundação Fênixpt-BRRevista Opinião Filosófica2178-1176<p>A submissão de originais para este periódico implica na transferência, pelos autores, dos direitos de publicação impressa e digital. Os direitos autorais para os artigos publicados são do autor, com direitos do periódico sobre a primeira publicação. Os autores somente poderão utilizar os mesmos resultados em outras publicações indicando claramente este periódico como o meio da publicação original. Em virtude de sermos um periódico de acesso aberto, permite-se o uso gratuito dos artigos em aplicações educacionais, científicas, não comerciais, desde que citada a fonte.</p> <p><a href="http://creativecommons.org/licenses/by/4.0/" rel="license"><img style="border-width: 0;" src="https://i.creativecommons.org/l/by/4.0/88x31.png" alt="Licença Creative Commons"></a><br>Os artigos publicados na Revista Opinião Filosófica estão licenciados com uma Licença <a href="http://creativecommons.org/licenses/by/4.0/" rel="license">Creative Commons Atribuição 4.0 Internacional</a>.</p>Em defesa das intuições
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<p>Rolla (2021) argumentou que a prática de avaliar teorias epistemológicas com base em intuições geradas pela consideração de certos casos, como os cenários hipotéticos envolvendo cérebros encubados, clarividentes e anjos da guarda epistêmicos, é um erro. Um erro que, uma vez reconhecido, faria com que os problemas e métodos que ocupam a epistemologia mudassem significativamente. Neste artigo, defendo que a argumentação de Rolla não se sustenta: há falhas no modo como Rolla caracteriza o uso das intuições, as suposições de Rolla podem gerar consequências implausíveis e há um contraexemplo para as alegações dele. Portanto, epistemólogos podem manter os problemas e a metodologia que Rolla critica.</p>Gregory Gaboardi
Copyright (c) 2023 Gregory Gaboardi (Leitor)
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2023-12-262023-12-2614212510.36592/opiniaofilosofica.v14.1140As implicações da crença disposicional para a justificação inferencial
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<p>O objetivo deste ensaio é apresentar uma reflexão sobre o conceito de crença, enfatizando sua importância na epistemologia. Ao examinar a distinção entre crença ocorrente e crença disposicional, espero destacar como a última é fundamental para entender o conceito de justificação, o papel da inferência na aquisição de conhecimento e a distinção entre justificação doxástica e proposicional. O objetivo é fornecer uma análise do conceito de crença disposicional para as teorias de justificação epistêmica, abordando como a definição de Fumerton contribui para as discussões sobre a estrutura da justificação e a solução infinitista proposta para o problema da regressão.</p>Samuel V. B. Cibils
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2023-12-262023-12-2614212210.36592/opiniaofilosofica.v14.1122Trabalhos Recentes Sobre o Desafio da Ausência de Experiência Intuicional
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<p>Alguns filósofos alegam que intuições são experiências não-sensórias (BENGSON, 2015; CHUDNOFF, 2011, 2013; KOKSVIK, 2020). Há algo como sentir uma intuição e isso é particular e único a esse estado mental. No entanto, alguns questionam essa experiência a partir da perspectiva de primeira pessoa: eles alegam não ter nenhuma experiência do tipo. Como resolver isso? John Bengson, Elijah Chudnoff e Ole Koksvik alegam que esses que afirmam não terem a experiência intuicional estão a procurando de maneira errada no seu fluxo de consciência. Bengson diz que não devemos confiar apenas na nossa introspecção, mas sim vermos o que nos “atinge” ao nós sermos apresentados com certas situações. Chudnoff diz que as intuições são experiências constituídas de outras experiências, então não se deve esperar que as intuições virão sem nenhuma outra experiência. Koksvik diz que as intuições possuem apenas a fenomenologia de atitude específica, mas não fenomenologia de conteúdo específico. Isto é, não há uma distinção fenomenologica entre intuir que p e intuir que q. O objetivo aqui não é fornecer uma resposta definitiva a essa questão, mas fornecer um apanhado crítico das respostas dadas na literatura sobre esse desafio.</p>Vilson Vinícius dos Santos Rodrigues
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2023-12-142023-12-1414212410.36592/opiniaofilosofica.v14.1142Da mera ignorância para a ignorância construída
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<p>Neste ensaio partiremos de uma discussão sobre a natureza da ignorância proposicional, tipicamente tomada apenas como mera ausência de um bem epistêmico ou de algum tipo de sucesso cognitivo e argumentaremos em favor da tese de que alguns casos de ignorância ou de relações com a ignorância não são completamente explicados apenas pelo apelo a esse tipo de definição de ignorância proposicional. Nesse sentido, mostraremos que é possível haver uma relação estrutural e ativa de produção, manutenção e alimentação de ignorância por parte da sociedade e dos sujeitos. Por fim, nós defenderemos que esta ampliação da investigação é fundamental para que a ignorância se torne um conceito importante para uma investigação sobre os aspectos sociais do conhecimento e para a sua conexão com outros conceitos como o de injustiça e o de violência epistêmicas.</p>Alexandre Meyer LuzJoão Marcelo SaraivaLucas Jairo Cervantes Bispo
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2023-12-142023-12-1414212610.36592/opiniaofilosofica.v14.1126Definindo fecho epistêmico
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<p>No presente artigo, pretendo ‘limpar o terreno’ da literatura sobre fecho epistêmico e determinar se o princípio de fecho mais plausível passa pelo crivo de uma avaliação conceitual. Para isso, começarei explicando como alguns conceitos básicos envolvendo inferência se relacionam. O texto segue com uma investigação sobre a natureza da propriedade de fecho na matemática, ao mesmo tempo em que reúne intuições que podem nos ajudar na classificação sintática de princípios de fecho. A partir daí, avaliamos algumas motivações e ponderamos sobre formulações de fecho contundentes que são defendidas contemporaneamente. Concluímos que todas as formulações de princípio de fecho envolvendo o <em>status </em>de conhecimento sofrem de sérias objeções, e motivamos uma formulação de fecho em termos de justificação epistêmica.</p>Vinícius Felipe Posselt
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2023-12-142023-12-1414212710.36592/opiniaofilosofica.v14.1143Estereótipos Preconceituosos de Gênero e o Déficit de Credibilidade a Testemunhos de Mulheres em Casos de Agressão Sexual
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<p>O presente trabalho tem por objetivo analisar como os estereótipos preconceituosos de gênero acarretam injustiças testemunhais. Para tal, nos dedicamos a definir injustiça testemunhal a partir de Miranda Fricker, trazendo como exemplo central os casos de agressão sexual. Posteriormente, busca-se compreender como se dá a constituição dos estereótipos de gênero e seu impacto epistêmico na vida das mulheres em virtude da descredibilização das mesmas como fornecedoras de conhecimento e/ou crença e como agentes epistêmicas.</p>Patricia Ketzer
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2023-11-222023-11-2214211810.36592/opiniaofilosofica.v14.1138Know-How e Ação Básica
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<p>Neste artigo discuto aspectos da proposta Intelectualista sobre <em>know-how</em> a partir de uma perspectiva informada por tópicos da Filosofia da Ação. A tese central do Intelectualista é que há um conhecimento proposicional necessário e suficiente para a instanciação de <em>know-how</em>. Na primeira seção, apresento a argumentação em favor desta tese, a partir de características linguísticas, sintáticas e semânticas, das atribuições de <em>know-how</em> (“S sabe como ?”). Fundamentalmente, será relevante a identificação do tipo de proposição conhecida pelos indivíduos que possuem <em>know-how</em>. Esse tipo de proposição terá a forma geral: “M é um modo para S ?”. Na segunda seção, mostro como essa proposição é idêntica às proposições instrumentais discutidas em Filosofia da Ação. A partir dessa aproximação, apresento na terceira seção a dificuldade que a proposta Intelectualista terá para explicar instanciações de <em>know-how</em> de ações básicas, pois esse tipo de ação não figura adequadamente no tipo de proposição destacada pelo Intelectualista. Por fim, na quarta seção, motivo a tese de que <em>know-how</em> é um termo ambíguo, há uma dimensão teórica do <em>know-how </em>que é adequadamente capturada pela proposta Intelectualista, mas há uma dimensão prática do <em>know-how</em>, intimamente relacionada à execução de ações, que não é contemplada por essa proposta.</p>Luiz Paulo Da Cas Cichoski
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2023-11-102023-11-1014213110.36592/opiniaofilosofica.v14.1120Pode uma crença imoral ser epistemicamente racional?
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<p><span style="font-weight: 400;">Entre as diversas maneiras de avaliar a racionalidade e adequação de crenças, a relação entre duas dimensões se destaca: a dimensão epistêmica e a dimensão moral. Uma crença é </span><em><span style="font-weight: 400;">epistemicamente racional</span></em><span style="font-weight: 400;"> quando é devidamente apoiada pela evidência e é </span><em><span style="font-weight: 400;">moralmente adequada</span></em><span style="font-weight: 400;"> quando sua formação e manutenção é sensível a características morais das situações relevantes. De acordo com a visão tradicional, conhecida na literatura como </span><em><span style="font-weight: 400;">purismo</span></em><span style="font-weight: 400;">, a dimensão moral não impacta diretamente a dimensão epistêmica. Entretanto, existe discussão na literatura sobre a existência de crenças imorais que parecem, à primeira vista, epistemicamente racionais. Estas crenças que possuem conflito normativo levantam o desafio que é explicar como diferentes tipos de normatividade (moral e epistêmica) se relacionam. Teorias não-tradicionais defendem que existe infiltração de padrões morais na racionalidade epistêmica. A infiltração moral é a visão de que fatores morais podem afetar o status epistêmico de uma crença, por exemplo, subindo o limiar de evidência necessária para a crença racional. Esta ideia produz uma resposta natural ao desafio do conflito normativo: ele não existiria porque contextos morais tornam crenças imorais também epistemicamente irracionais, já que existe infiltração nos padrões evidenciais. Neste artigo, defenderei que crenças imorais não podem ser epistemicamente racionais, isto é, não pode existir conflito genuíno entre normatividade moral e epistêmica. Entretanto, isso não se deve ao fato de que existe infiltração moral na racionalidade epistêmica. Deve-se, sim, ao fato de que crenças imorais nunca respondem adequadamente à evidência. Elas são imorais porque insensíveis ao contexto moral </span><em><span style="font-weight: 400;">e </span></em><span style="font-weight: 400;">epistemicamente irracionais porque insensíveis à evidência disponível. Esta explicação é compatível com o purismo e, como é a opção teoricamente mais parcimoniosa, devemos adotar uma visão purista na epistemologia. </span></p>Gustavo Oliva de Oliveira
Copyright (c) 2023 Gustavo Oliva de Oliveira (Autor)
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