O Regresso da natureza nas ciências humanas e sociais?
A ação dos não-humanos em Marx, Durkheim e Weber
DOI:
https://doi.org/10.36592/opiniaofilosofica.v11.994Palavras-chave:
História dos conceitos, Sociologia, Antropoceno, não-humanosResumo
Este paper busca investigar qual a relação entre a abordagem sobre os fenômenos da natureza na Sociologia clássica de Karl Marx, Émile Durkheim e Max Weber e os seus principais conceitos sociológicos. Mediante o cenário do Antropoceno, surgido no início do século XXI, no qual a ação humana sobre a Terra foi evidenciada, as questões geosociais passaram a fundamentar uma nova ontologia em contraposição à ontologia que deu base à “questão social” dos autores clássicos da ciência sociológica, fato que influenciou vários cientistas, sobretudo das humanas e sociais, a uma reavaliação dos seus campos de estudo, destacando a partir de então os entrecruzamentos entre homem e natureza. Neste sentido, objetiva-se avaliar até que ponto a chamada “questão social” dos autores clássicos da Sociologia científica estava de fato restrita apenas aos aspectos humanos e se ela possuía algo de “geo” em sua construção teórica e conceitual. Por meio de uma história dos conceitos, no qual iremos proceder pela articulação entre conceitos diferentes com vistas a buscar identificar as proximidades e os distanciamentos, iremos articular a análise dos principais conceitos sociológicos aos conceitos sobre a relação homem-natureza. O perscrutar da pesquisa evidencia que os autores da Sociologia clássica não só atribuíram ação a objetos e fenômenos naturais quanto também apontaram determinadas “intervenções” destes no social, ainda que este seja por eles definido como algo estritamente humano. Observa-se, neste sentido, uma ambiguidade caracterizada pelo fato de que a natureza nunca foi por eles expulsa da (co)existência humana, ainda que tenha sido expulsa (do conceito de social) a partir da ontologia que deu base às suas obras.
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