Da Ruptura ao Acontecimento: Bachelard, Canguilhem e Foucault

Autores

  • Gabriela Menezes Jaquet

Resumo

Este artigo tem por objetivo propor uma problematização da concepção de acontecimento tal como é pensada, em seus contornos gerais, na filosofia francesa contemporânea e, mais especificamente, pela história da ciência. Nosso enfoque será a compreensão das abordagens de Gaston Bachelard, Georges Canguilhem e Michel Foucault principalmente no que tange às noções de ruptura epistemológica e de ideologia científica em sua articulação com as características do acontecimento pensado por Foucault, partimos, portanto, de concepções de história que, apesar das concordâncias, também acabam por se diferenciar: uma, a história descontinuísta das rupturas epistemológicas, outra, a história arqueológica dos acontecimentos. Para explicarmos a diferença deste nível acontecimental, será necessário compreendermos a visada singular de Foucault em relação à ciência, que é questionada (e criticada) de forma a atentar para outro nível: o do saber que aqui exploraremos a partir do conceito de limiar. Igualmente quanto ao estatuto de científico, abordaremos o posicionamento crítico de Canguilhem em relação à Bachelard sobre os desdobramentos de uma razão pensada historicamente, através de sua história dos conceitos. Tendo em vista estas considerações poderemos compreender não só a especificidade do trabalho de cada um destes autores, mas visualizar o que a categoria de acontecimento pôde, via Foucault, trazer de novo para a história da ciência.

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Publicado

2017-02-25

Como Citar

Menezes Jaquet, G. (2017). Da Ruptura ao Acontecimento: Bachelard, Canguilhem e Foucault. Revista Opinião Filosófica, 6(2). Recuperado de https://bkp.opiniaofilosofica.org/index.php/opiniaofilosofica/article/view/673