O bispo contra o mago

as críticas de George Berkeley à física de Isaac Newton

Autores

DOI:

https://doi.org/10.36592/opiniaofilosofica.v14.11129

Palavras-chave:

Berkeley, Newton, física, metafísica, antirrealismo, imaterialismo

Resumo

O artigo tem como objetivo apresentar as críticas formuladas pelo filósofo George Berkeley à filosofia natural moderna, em especial à física de Isaac Newton. Tais críticas aparecem primeiramente em seu tratado epistemológico-metafísico sobre os princípios do conhecimento humano, e depois em uma obra totalmente dedicada à questão da natureza do movimento e de sua comunicação. A partir da leitura dos argumentos de Berkeley contra Newton, é possível demonstrar que o filósofo adota uma posição antirrealista com relação à física que é diretamente derivada de suas teses metafísicas imaterialistas. Dado que ele afirma que na realidade só há espíritos e suas ideias, a causa última das regularidades naturais é a vontade do espírito divino, e não uma suposta natureza intrínseca dos corpos. A filosofia natural, portanto, estará limitada ao uso de hipóteses matemáticas para identificar as regularidades naturais, contudo sem pretensões de determinar as causas reais dos fenômenos. Assim, as leis mecânicas têm seus limites epistêmicos determinados por um saber superior, a metafísica.

Biografia do Autor

Rogério da Costa, UERJ

Doutor em Filosofia pela PUC-Rio (2011). Professor Adjunto do Departamento de Filosofia da UERJ

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Publicado

2023-12-18

Como Citar

da Costa, R. (2023). O bispo contra o mago: as críticas de George Berkeley à física de Isaac Newton. Revista Opinião Filosófica, 14(1), 1–32. https://doi.org/10.36592/opiniaofilosofica.v14.11129